Relato: Os 400 mais difíceis

Os 400 mais difíceis

 

Por problemas de agenda, ainda não tinha tido a oportunidade de pedalar esse Percurso dos 400 kms do Randonneur Mogi das Cruzes, Guararema/Monte Verde

Amigos que já haviam feito o percurso indicavam como um dos mais belos do Brasil, alertavam da dificuldade de subir a serra para Monte Verde e do frio que faz lá em cima depois que escurece.

Então a meta principal era descer ainda de dia, mas de qualquer forma levei um corta vento por precaução, nunca sabemos o que pode ocorrer em um BRM, ainda mais um de 400 idealizado pelo Rafael Dias.

Fui direto de casa para a largada em Guararema, moro em Santo André e em pouco mais de uma hora cheguei lá.

Como costumo deixar tudo pronto na noite anterior era só acordar tomar um café e seguir viagem, acordei 3:45 e 4:15 já estava de partida, cheguei em Guararema as 5:20, tudo calmo lá, fiz a vistoria, confraternizei com os amigos e largamos ainda escuro, mas logo já clareou.

O inicio do percurso é um Tour em Guararema, sem nenhuma dificuldade, bom pra dar uma aquecida, logo se formou um pequeno pelote, eu, Angel, Leandro Cazalbé, Rodrigo, Leandro de BH tivemos o prazer de pedalar com o Mixirica na nossa roda rsrsrsrsrs

Na primeira piramba da D Pedro eu sobrei, adotei meu ritmo de conforto e segui em frente, o tempo estava nublado e temperatura agradável, quase tudo tranquilo até Piracaia, somente um vento contra atrapalhando, o vento continuou até Joanopolis depois parou, a gente reclama do vento contra, mas quando ele para e o sol começa a ferver nosso corpo e gente lamenta não ter vento.

Fui alcançado pelo Eduardo e Daniel de Divinopolis e por sugestão do Edu, paramos numa barraca pra tomar uns sucos de laranja bem perto da fronteira com Minas Gerais, o sol estava bem forte e aquele suco em abundância fez muito bem, aproveitamos pra dar uma descansada, logo encostou o Ednar.

Sai de lá antes de todos, registrei minha passagem pelo PC da fronteira se segui. A Fernão Dias não tem nada a ver com os trajetos do Rafael, muito trafego de caminhões, alcancei o Mixirica e o Leandro que estava trocando pneu. Em Camanducaia eu e o Edu resolvemos parar para almoçar, restaurante típico mineiro, comemos um file de frango e bora lá subir a serra de Monte Verde, o Edu até brincou que toda cidade que tem no nome, monte, serra, vista é tudo morro acima rsrsrs.

A serra é realmente muito dura, vários trechos de categoria 3 e 4 e mais 2 trechos de categoria 2, ví alguns dos carros que passam pela gente reduzir pra primeira marcha pra passar por alguns trechos. Pra completar o sol estava rachando, a sorte é que como a estrada é bem arborizada, tem muita sombra, mas a sombra não deixa a estrada mais plana, foi bem sofrida a subida, mas subi sem parar, nem quando vi o Leandro de BH com o pedivela quebrado eu parei, o Edu já estava o auxiliando, logo o Edu me alcançou novamente e abriu.

Cheguei em Monte Verde pouco antes da 18:00, meta cumprida, descansamos e descemos ainda de dia, pra descer todo santo ajuda, mas é preciso muito cuidado nas curvas, na descida cruzamos com vários dos outros ciclistas que estavam subindo.Leandro Cazalbé, Angel, Rodrigo, Daniel e Mixirica haviam cruzado comigo quando eu ainda subia. Em Camanducaia já na volta estavam eu, Edu e Edner juntos, o plano era para pra comer em Extrema, foi quando o cabo do cambio traseiro do Edu quebrou, paramos num posto com lanchonete pra se alimentar e tentar trocar o cabo, o Ednar tinha um cabo reserva, em vão, não conseguimos ajustar o cabo, teve que ser na gambiarra mesmo, escolhemos uma marcha intermediária e o Edu seguiu somente com o cambio dianteiro, bruto heim, não sei se conseguirir acompanhar aquele ritimo com tanta limitação nas marchas.

Passamos novamente pelo Mixirica e mais a frente vimos o Angel e Cazalbé tentando dormir a beira das estrada, gritamos pra eles virem com a gente e logo nos alcançaram, nas partes finais dos BRMs é comum formarem grupos maiores em alguns momentos, pois o estado fiisico de cada um já está bastante desgastado e o ritmo diminui.

Eu não estava subindo bem em relação aos outros, sempre sobrava nas subidas, mas tirava a diferença nas descidas e planos, as rodas da minha bike favorecem o plano em detrimento das subidas. No ultimo PC em Piracaia estávamos num grupo grande.

Faltavam 90 kms, agora é correr pro abraço rsrsrs, mas não é bem assim, já tínhamos rodado 315 kms, com uma serra infernal no meio, era mais de meia noite, bate o cansaço, fadiga, sono, dor e aqueles 90 kms parecem ser bem mais.

Surpreendentemente o ritmo estava bem forte na boa parte plana desse trecho, o grupo começou a espalhar nas subidas da D Pedro, era um revezamento de quem abria e quem sobrava, Eu, Edu e Edner paramos num posto para comer alguma coisa e tomar um café, o cansaço era nítido nos 3, na saída encontramos o Angel e Cazalbé chegando, eles haviam parado na estrada pra descansar, tentar dormir e melhorar de um mal estar do Angel.

Agora sim foi só correr pro abraço, não tinha mais muitas subidas e o trecho final de 30 kms era muito mais de decidas, acabei abrindo dos demais já em Guararema e cheguei antes, logo em seguida chegaram Edu e Ednar.

Cobrei a medalha dos organizadores, mas não teve jeito, no Randonneurs Mogi das Cruzes, só leva o certificado digital mesmo rsrsrs

Na chegada é que conseguimos informação dos outros, várias desistências, quebras de bikes etc.

Missão cumprida mais uma vez

Obrigado a todos os envolvidos nessa empreitada

9 comentários em “Relato: Os 400 mais difíceis

  1. Parabéns Roberto Avellar, eu também sofri pra caramba nesse percurso. É a minha segunda participação nesse brevet de Guararema. Percurso mto pesado. Ainda quero visitar o seu Clube Randonneur e fazer um brevet com vcs. Na realidade eu que falei que toda cidade com nome de “Serra”, “Monte”, “Alto”, no suco de laranja. srsrs Você andou muito, parabéns. Obrigado pela parceria. #NãoPerderTreino

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